Elisabeth Gilbert
-MEGA POST-
“Liz é uma escritora que resolve tomar conta da sua vida e fazer um montão de coisas que gosta (viajar, conhecer, sentir e aprender) mesmo tendo de desistir de um casamento com um homem que a amava. Logo de cara, no primeiro capítulo, ela está ajoelhada, no chão do banheiro, no meio da madrugada e aos prantos pedindo uma luz pois seu desespero é tanto que ela não consegue ver uma saída. É nesse momento que ela começa a rezar, espontaneamente, e o livro começa”.
"A prosa de Gilbert é carregada de uma mistura de inteligência, sabedoria e exuberância coloquial que é quase irresistível, fazendo o leitor sentir-se feliz de escutá-la, como se fosse um amigo" - New York Times"Um livro de memórias cativante, inteligente e divertido...o relato de sua passagem pela Índia é lindo, sincero e livre de banalidades perfumadas de patchouli" - Time Magazine
Elizabeth Gilbert estava com quase trinta anos e tinha tudo o que qualquer mulher poderia querer: um marido apaixonado, uma casa espaçosa que acabara de comprar, o projeto de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas em vez de sentir-se feliz e realizada, sentia-se confusa, triste e em pânico.
Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado. Até que decidiu tomar uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo – sozinha. Comer, Rezar, Amar é a envolvente crônica desse ano. O objetivo de Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles. "Assim, quis explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia, e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas", explica.
Em Roma, estudou gastronomia, aprendeu a falar italiano e engordou os onze quilos mais felizes de sua vida. Na Índia dedicou-se à exploração espiritual e, com a ajuda de uma guru indiana e de um caubói texano surpreendentemente sábio, viajou durante quatro meses. Já em Bali, exercitou o equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência divina. Tornou-se discípula de um velho xamã, e também se apaixonou da melhor maneira possível: inesperadamente.
Escrito com ironia, humor e inteligência, o best seller de Elizabeth Gilbert é um relato sobre a importância de assumir a responsabilidade pelo próprio contentamento e parar de viver conforme os ideais da sociedade. É um livro para qualquer um que já tenha se sentido perdido, ou pensado que deveria existir um caminho diferente, e melhor.
Aclamado pelo The New York Times como um dos 100 livros notáveis de 2006 e escolhido pela Entertainment Weekly uma das melhores obras de não-ficção do ano, Comer, Rezar, Amar originou o roteiro do filme homônimo. Estrelado por Julia Roberts, a estréia nos cinemas dos Estados Unidos está prevista para 2010.
Leia um trecho de Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert e apaixone-se pelo livro assim como eu:
1Eu queria que Giovanni me beijasse.
Ah, mas são tantos os motivos que fariam disso uma péssima idéia... Para começar, Giovanni é dez anos mais novo do que eu, e – como a maior parte dos rapazes italianos de vinte e poucos anos – ainda mora com a mãe. Só esses dois fatos já fazem dele um parceiro romântico improvável para mim, já que sou uma americana de trinta e poucos anos que trabalha, acaba de passar por um casamento falido e por um divórcio arrasador e interminável, imediatamente seguido por um caso de amor apaixonado que terminou com uma dolorosa ruptura. Todas essas perdas, uma atrás da outra, deixaram em mim uma sensação de tristeza e fragilidade, e a impressão de ter mais ou menos 7 mil anos de idade. Por uma simples questão de princípios, eu não imporia essa minha pessoa desanimada, derrotada e velha ao adorável, inocente Giovanni. Sem falar que eu finalmente havia chegado à idade em que uma mulher começa a questionar se a maneira mais sensata de superar a perda de um lindo rapaz de olhos castanhos é mesmo levar outro para sua cama imediatamente. É por isso que já faz muitos meses que estou sozinha. É por isso, na verdade, que decidi passar este ano inteiro sozinha.
Diante do que o observador mais arguto poderá perguntar: "Então por que você veio para a Itália?"
E tudo que posso responder – sobretudo quando olho para o belo Giovanni do outro lado da mesa – é: "Boa pergunta."
Giovanni é meu parceiro de intercâmbio de línguas. Isto pode parecer uma insinuação, mas infelizmente não é. Tudo o que realmente significa é que nós nos encontramos algumas noites por semana aqui em Roma para praticar o idioma um do outro. Primeiro conversamos em italiano, e ele é paciente comigo; em seguida, conversamos em inglês, e eu sou paciente com ele. Descobri Giovanni algumas semanas depois de ter chegado a Roma, graças ao grande cybercafé da Piazza Barbarini, do outro lado da rua, em frente àquele chafariz com a escultura de um homem com rabo de peixe soprando sua concha. Ele (Giovanni, não o homem com rabo de peixe) fixara um anúncio no quadro de avisos explicando que um italiano nativo estava procurando alguém que falasse inglês para treinar conversação nas duas línguas. Logo ao lado do seu anúncio havia outro com o mesmo pedido, absolutamente idêntico em cada palavra, e até na fonte usada. A única diferença era a informação para contato. Um dos anúncios trazia o endereço eletrônico de um tal Giovanni; o outro tinha o nome de um tal Dario. Mas até o número do telefone residencial era o mesmo.
Usando meus aguçados poderes de intuição, mandei um e-mail para os dois homens ao mesmo tempo, perguntando, em italiano: "Será que vocês são irmãos?"
Foi Giovanni quem respondeu com este texto muito provocativo: "Melhor ainda. Gêmeos!"
Sim – muito melhor. Gêmeos idênticos de 25 anos, altos, morenos e lindos, conforme vim a descobrir, com aqueles gigantescos olhos castanhos de pupilas líquidas que os italianos têm e que simplesmente me tiram o chão. Depois de conhecer os rapazes pessoalmente, comecei a me perguntar se por acaso eu deveria ajustar um pouquinho minha regra quanto a permanecer solteira durante este ano. Por exemplo, talvez eu pudesse permanecer totalmente solteira excetopelo fato de ter dois lindos irmãos italianos de 25 anos como amantes. Isso me lembrava um pouco um amigo meu que é vegetariano, mas come bacon, e no entanto… Eu já estava escrevendo a minha carta para o fórum de alguma revista masculina:
Em meio à penumbra bruxuleante iluminada pelas velas do café romano, era impossível dizer de quem eram as mãos que acariciavam…
Mas não.
Não, não, não.
Interrompi a fantasia no meio. Aquele não era o momento para eu arrumar uma história de amor e (conseqüência óbvia e inevitável) complicar ainda mais minha já tão enrolada vida. Aquele era o momento para eu procurar o tipo de cura e paz que só podem vir da solidão.
De todo modo, àquela altura, em meados de novembro, o tímido e estudioso Giovanni e eu já havíamos nos tornado grandes amigos. Quanto a Dario – o mais extrovertido e festeiro dos dois irmãos –, eu o apresentei à minha encantadora amiguinha sueca, Sofie, e o modo como eles têm compartilhado as suas noites em Roma é outro tipo completamente diferente de intercâmbio. Mas Giovanni e eu só fazemos conversar. Bom, comer e conversar. Já faz várias agradáveis semanas que temos comido e conversado, dividindo pizzas e gentis correções gramaticais, e a noite de hoje não foi nenhuma exceção. Uma noite maravilhosa regada a novos idiomas e mozzarella fresca.
Agora é meia-noite e o tempo está enevoado, e Giovanni me acompanha até meu apartamento por aquelas ruelas de Roma que serpenteiam de forma natural em volta dos antigos prédios como pequenos riachos coleando ao redor das sombras formadas pelos densos bosques de ciprestes. Agora estamos diante da minha porta. Estamos de frente um para o outro. Ele me dá um abraço caloroso. A coisa já evoluiu; durante as primeiras semanas, ele só fazia apertar minha mão. Acho que, se eu ficasse na Itália por mais três anos, poderia até ser que ele tomasse coragem para me beijar. Por outro lado, ele poderia simplesmente me beijar agora mesmo, esta noite, aqui mesmo junto à minha porta… ainda há uma chance… quero dizer, nossos corpos estão colados sob o luar… e é claro que isso seria um erro terrível… mas mesmo assim o fato de ele poder realmente fazer isso agora é uma possibilidade tão maravilhosa… ele poder simplesmente se curvar… e… e…
Que nada.
Ele solta o abraço.
– Boa-noite, cara Liz – diz ele.
– Buona notte, caro mio – respondo. Subo as escadas até meu apartamento no quarto andar, sozinha. Entro no meu pequenino quitinete, sozinha. Fecho a porta atrás de mim. Mais uma noite solitária em Roma. Mais uma longa noite de sono pela frente, sem ninguém nem nada na minha cama a não ser uma pilha de guias de conversação e dicionários de italiano.
Estou sozinha, inteiramente sozinha, completamente sozinha.
Ao absorver essa realidade, largo minha bolsa, caio de joelhos e encosto a testa no chão. Ali, ofereço ao universo uma fervorosa oração de agradecimento.
Primeiro, em inglês.
Em seguida, em italiano.
E então – só para ter certeza – em sânscrito.
Falando nisso...
A adaptação ao cinema do best-seller eat pray love – comer rezaramar, terá o dia 01 de Outubro (AMANHÃ) como a data de lançamento, tendo Julia Roberts como protagonista, Billy Crudup interpreta o marido. James Franco, Viola Davis, Javier Bardem e Richard Jenkins também estão no elenco.
Brad Pitt e Dede Gardner produzem o filme por meio da Plan B, produtora de Brad Pitt. A direção é de Ryan Murphy (Correndo com Tesouras).
Como amei o livro, não via à hora de poder ver a adaptação do cinema e verificar se a produtora de Brad Pitt foi fiel ao livro, já que a autora nos convida a embarcar nesta viagem de auto-realização, partilhando sua experiência.
Eu quero entrar nesta viagem e você?
Caroline Ferreira
Um comentário:
A Pretty woman tá mais bela do que nunca!
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